Assassinato, Coroação, Beija-mão e Trasladação de Inês de Castro


Em Janeiro de 1355, perto de Coimbra, D. Pedro I e D. Inês de Castro amavam-se muito.
No entanto, os conselheiros reais mostravam ao rei D. Afonso IV (pai de D. Pedro) razões para que D. Inês fosse morta apesar de esta ser mãe dos seus netos.
Certo dia, os conselheiros reuniram-se e insistiram com D. Afonso IV para que este desse ordem para matarem D. Inês. Este acabou por ceder e, no dia seguinte, no Paço de Santa Clara D. Inês foi assassinada apesar de suplicar piedade, pois os seus filhos ainda eram pequenos e precisavam dela.
Quando soube da triste notícia, o coração de D. Pedro ficou despedaçado. Porém, o seu amor era tão grande que mandou matar os assassinos e mandou construir, no Mosteiro de Alcobaça, um túmulo magnífico em mármore branco, delicadamente lavrado, com a imagem de D. Inês com uma coroa real. Defronte do túmulo de Inês mandou colocar outro túmulo para si, quando morresse. Ainda hoje são os mais belos túmulos de Portugal.

Para além de tudo isto, D. Pedro convocou toda a nobreza para o Mosteiro de Santa Clara, em Coimbra, onde estava o corpo de D. Inês, para uma cerimónia de “Beija-Mão” real. Mandou sentá-la num trono com os seus ossos vestidos com roupas de tecidos preciosos e uma coroa de ouro fino na sua cabeça. De seguida, em sua homenagem, obrigou os poderosos fidalgos de Portugal a beijarem-lhe, respeitosamente, os ossos da sua mão direita, coberta por uma luva, como fazem a uma verdadeira rainha. Por isso se diz: “a que depois de morta foi rainha”.
Finalmente, os seus ossos foram trasladados para o Mosteiro de Alcobaça num cortejo fúnebre solene. Em 1367 D. Pedro morreu e foi sepultado junto da sua amada Inês.